artista
Siron Franco
Nascido Gesseron Alves Franco, em Goiás Velho, no estado de Goiás, Siron Franco é um dos mais importantes artistas brasileiros contemporâneos, com fértil e diversificada produção que abrange as áreas da pintura, gravura, desenho, escultura, instalação, ilustração, cerâmica e direção de arte. Filho de uma família de trabalhadores, Siron Franco iniciou seu contato sistemático com a produção artística nos anos 1960, quando passou a frequentar o Estúdio Ar Livre e conheceu seu primeiro mentor, o pintor Confaloni — frade fundador da primeira escola de Belas Artes de Goiânia, que proporcionou ao artista o acesso ao material necessário para pintura e um emprego.
A partir de 1962, Siron aprendeu a dominar a técnica do desenho e passou a trabalhar como desenhista gráfico e retratista. Em 1967, realizou sua primeira exposição individual de desenhos. No ano seguinte, 1968, Siron expôs três obras na Segunda Bienal da Bahia, fechada pelo regime militar na noite de abertura. Duas delas, Fim de Todos e Morte aos Primogênitos, foram destruídas pela intervenção militar. Entretanto, a terceira obra apresentada, Cavalo de Troia, recebeu o Prêmio de Aquisição da Bienal, incentivo para que o artista continuasse produzindo e buscando reconhecimento na profissão.
A Série Césio, de 1987, reflete o horror do artista frente à contaminação nuclear na sua cidade de domicílio, Goiânia, provocada pelo rompimento de uma cápsula de césio 137 abandonada nas ruínas de um hospital da cidade. Utilizando a terra da cidade como material de pintura e a cor prata como um dos argumentos de construção, Siron Franco produziu um expressivo conjunto de obras, que inclui pinturas, desenhos e esculturas. Pelo mérito da sua representação cultural, alcançou reconhecimento mundial; e por se tratar de um documento histórico que retrata a tragédia ocorrida em Goiânia, a série passou a ser conhecida como “a Guernica brasileira”.
A partir do fim da década de 1990, Siron Franco passou a utilizar grandes planos cromáticos e a empregar diversas técnicas, como colagens, desenhos e grafismos. Para o artista, “a arte tem a finalidade de tentar dias melhores para o homem [...] eu tento, ao meu modo, testemunhar a minha época, e o que faço é uma crônica subjetiva da época em que vivo”