artista
Oscar Niemeyer
Oscar Niemeyer, um dos mais notáveis arquitetos do século XX, nasceu no Rio de Janeiro em 1907. Iniciou sua carreira em 1935, após estudar na Escola Nacional de Belas Artes.
Desde o dia 5 de dezembro de 2012, data do seu falecimento, Brasília se tornou uma nave solta no espaço, pois ele era seu último cordão umbilical — o único fundador ainda vivo. Coordenou o concurso para a escolha do projeto da construção e, em seguida, idealizou seus prédios principais.
Sua obra, marca exclusiva de sua genialidade, é referência da arquitetura moderna mundial. Concebeu mais de 300 projetos arquitetônicos em 71 cidades de 20 estados brasileiros, além de outros 150 projetos construídos em 55 cidades de 27 países, espalhadas por quatro continentes. Destacam-se 22 igrejas projetadas e 12 construídas; a sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York; a sede do Partido Comunista em Paris; e os principais prédios oficiais de uma cidade inteira: Brasília.
Foi um fértil divulgador de ideias e propostas inovadoras e autor de duas dezenas de livros publicados, centenas de artigos, desenhos e designs de móveis. Em 2007, foi eleito o nono gênio mundial vivo em uma lista compilada pela empresa Syntetics.
Polêmicas acompanharam a vida e a obra de Oscar, homem de forte personalidade, fiel até o fim aos seus ideais socialistas e igualitários. Sobreviveu às críticas de que sua arquitetura seria bela, mas nada prática. É o preço que pagou viver intensamente por quase 105 anos.
Niemeyer por Niemeyer
“Não acredito numa arquitetura ideal, adotada por todos. Seria a repetição, a monotonia. O objetivo principal é que todas sirvam ao homem”, afirmou em certa ocasião.
“Para ser coerente, cada arquiteto — como eu — deve procurar o seu próprio caminho, sem preconceitos. Como bem entender”, concluiu.
Ao festejar 103 anos, confessou a uma pequena roda de amigos:
“Não sei se a idade tem influído na minha tendência a aceitar melhor este mundo e as pessoas como elas são (...) Só no campo da política sinto-me cada vez mais radical, preso às minhas velhas convicções, aos antigos camaradas, aos que lutam pelas ruas e praças contra a injustiça social, a miséria, o desemprego, a violência, as ameaças à nossa soberania.”