artista
Orlando Brito
Orlando Péricles Brito de Oliveira, mineiro de Janaúba, acompanhou o crescimento de Brasília desde os 6 anos de idade, quando se muda com seus pais para o que era, naquele momento, o canteiro de obras da futura capital federal. Autodidata e precoce, por volta de 1965 ingressou no mundo do trabalho como laboratorista da sucursal do jornal carioca Última Hora, em Brasília, tornando-se fotógrafo do periódico em apenas dois anos. Em 1979, foi o primeiro brasileiro a receber o World Press Photo Prize, concedido pelo Museu Van Gogh, na Holanda. Conquistou 11 vezes o Prêmio Abril de Fotografia e, a partir de 1987, passou a ser considerado hors-concours para aquela premiação.
Orlando Brito é um dos mais destacados repórteres fotográficos do Brasil; sua obra é reconhecida, sobretudo, como um registro crítico da recente história brasileira. Desde o início de sua carreira, acompanhou importantes momentos da história política brasileira contemporânea. Graças a isso, seus principais trabalhos apresentam imagens de chefes de Estado e outras autoridades em situações pouco convencionais, ou vista por ângulos, iluminação, closes e distorções cujos resultados podem adquirir sentidos crítico e/ou alegórico.
Na obra de Orlando Brito, o olhar do artista sobrepõe-se ao do repórter e nos presenteia com imagens emblemáticas e conotações simbólicas, provando que há momentos em que a concepção estética da imagem prevalece ao conteúdo jornalístico da matéria. Além desse olhar artístico, Orlando Brito também é reconhecido por seu senso de oportunidade, como, por exemplo, na foto da silhueta do presidente Ernesto Geisel anunciando seu sucessor, o general João Figueiredo. Segundo ele, "os jornalistas foram colocados num lugar aparentemente inadequado, contra a luz. Adorei, pois foi o único ponto de vista que tive para mostrar a decisão obscura do presidente".